Diário de um nativo da terra de Santana... NA Festa de Santana (o primeiro dia de festa 19/07)

Antes de mais nada, feliz dia dos amigos a todos.

Esse foi o dia em que eu acordei mais assustado na vida. Estava muito bem dormindo no meu quarto quando minha mãe ao telefone diz “é... um poste... sim, caiu na casa aqui do meu vizinho” (Oo). Eu simplesmente dei um pulo da cama e fui saber o que houve para então chegar na rua (isso eu todo peidado, descabelado e remela nos olhos) e ver que o poste que fica em frente a casa do meu vizinho caio em cima da casa dele. Me disseram que o barulho foi enorme (eu não acordei?), mas pelo menos o estrago não passou de algumas telhas, um pedaço da parede e a TV que fica no meu quarto (Oo). Sim, isso mesmo. O acidente causado por um caminhão que passou na rua e atingiu um fio elétrico que atravessa de uma calçada a outra arrastando o poste em direção a casa do meu vizinho provocou um blackout e queimou minha TV (¬¬). Ainda bem que foi SÓ isso, porque se tivesse atingido meu PC eu teria um sistema nervoso¹ (COSERNEzinha, você vai me pagar uma TV nova, sabia? Telinha plana e 21 polegadas do mesmo jeitinho que era a antiga).

Depois de ficar horas sem energia, ela voltou e pude a viver novamente. Ao chegar da bela e fria noite, resolvi ir até a ilha para ver o que é que estava havendo nesse primeiro dia da festa de Santana (só para me decepcionar, porque não teve nada demais, a não ser um punhado de velhos sentados em algumas mesas de plástico nos quiosques ao lado do anfiteatro escutando uma banda de swingueira tocar. Tudo a ver ¬¬). Mas eu não poderia ir de mãos vazias, assim fui providenciar o motor da minha festa: a cachaça e o limão. É claro que não quero gastar muitos recursos da minha rica fortuninha que pretendo gastar na festa, então foi na cachaça com limão (cena linda, eu bebendo cachaça em copo descartável, sentado na escadaria do anfiteatro junto da galera e falando merda). Depois de “alguns” copos, fiquei no grau e depois bebi mais, e fiquei mais no grau ainda, prosseguindo numa progressão geométrica no sentido de gênero, número e principalmente GRAU.

Minha noite acabou na rodoviária, comendo o pão com queijo de lá e logo após comendo o pastel feito na hora lá do açougue (obs: é feito com uma higiene tão notável que me fez pensar agora se eu comeria se não estivesse bêbado).

Boa coisa do dia: não vomitei.

Continua...

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1. Sistema Nervoso. Mesmo que ataque cadíaco, ou piripaque, seguindo a idéia. Esse modo alternativo de dizer "ataque cardíaco" foi desenvolvido pelas pessoas da região do interior nordestino devido ao seu baixo nível escolar e ainda hoje é muito utilizado, inclusive por pessoas das grandes periferias

Interrompemos a programação para um comunicado sério: ACM MORREEEEEU!!! HAAAAHAHAHAHAHAHA


AAAAAIIII ACMzinho!!! Vai sentar no colo do capeta, cabra safado!!! Vá direto pro infeeeerno!

Agora o mundo vai ser um lugar melhor, a fome vai acabar, a Bahia vai ser um estado justo e Osama vai jogar tetris no dynavision do Bush filho!

Diário de um nativo da terra de Santana... NA Festa de Santana


Não sei se faço certo, mas considero muito minhas primeiras impressões quando as tenho em relação a qualquer coisa que faço, conheço ou... toco... vocês entenderam. E pelo que percebi (minha primeira impressão) dessa minha vinda a Caicó para festejar com meus amigos, familiares (e a mulé, claro) a Festa de Satana foi que essa estadia aqui vai ser no mínimo “Peidada”.

A começar pela viajem de Natal até aqui. Preferi vir com a Empresa de Transportes Herbety¹. Geralmente eles demoram, mas pelo menos dessa vez foi diferente: duas horas como foi marcado eles chegaram. Ok, essa foi a parte boa da viajem. Digo isso sem exagerar, pois pareceu que eu pedi pacote completo das 10 piores condições que uma viajem pode ter. Primeiro - demorou muito para ir pegar todos os passageiros até a viajem começar; segundo – teve um passageiro imbecil que não soube combinar o local de se encontrar com a besta e foi um dos principais motivos da demora para sair da cidade; terceiro – o danado que atrasou sentou do meu lado (eu na parede) e um detalhe: o rapaz era “espaçoso” e suava como um porco; quarto – tinha muitas crianças na besta, ou seja, barulho e é claro que não podia faltar aquela velha e conhecida frase em toda a viajem “nós já chegamos?”; quinto – o motorista dirigia feito um louco pelas ruas da capital, eu pensei que ia morrer quando um 66 quase bate em nós (detalhe, ia de frente em direção ao canto em que eu estava); sexto – a viajem toda teve um bebê (tadinho) chorando feito um louco gritando por um cama (???); sétimo – acompanhando o choro, tinha um DVD de aviões do forró tocando no mesmo compasso (¬¬); oitavo – o cara gordo não parava de falar, nunca (eu disse: nunca) e ainda fazia questão de usar um sotaque carregadíssimo de matuto; nono – teve uma muleca que vomitou uma espécie de goiabada na besta (obs: ela estava sentada, juntamente com seu irmão, logo em uma poltrona atrás da minha); décimo – assim que chegamos em Caicó parecia que o motorista nunca ia me deixar em casa. Quando a mulher que estava com o bebê pedio para que o motorista fosse deixa-la em casa primeiro e disse que morava no João 23² eu desisti logo e pedi para descer onde estava mesmo. A sorte foi que eu parei logo no bar de Zeca Barrão, daí já dá para saber no que deu não é? Cachaça! (literalmente, só tinha dinheiro para comprar uma garrafa de 51. Ao menos tinha o limão). Foi cachaça até a gata miá³ com a galera, que já estava lá. Ê vidão.

Continua...

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1.Empresa de Transportes Herbety. Empresa que trabalha com o transporte de pessoas e objetos no trajeto Caicó-Natal e vice-versa. Com uma besta, o motorista vai pegar o passageiro em casa ou em qualquer que seja o lugar e faz o transporte com um custo de 30 reais (não aceita estudante) e 10 para objetos.

2.João 23. Bairro de periferia de Caicó que é bem longe de tudo. 3. A gata miá. Expressão nordestina que indica, geralmente, uma idéia de muito tempo.

3. A gata miá. Expressão nordestina que indica, geralmente, uma idéia de muito tempo.