Troféu Joiiinha pro Rock na Rua


Maaaais uma vez, voltando das trevas para escrever. É sempre assim. Acostumem-se meus caros leitores pseudo-intelectuais. E os normais também.



Ontem (dia 17) eu fui para um tal de "rock na rua" que uns coleguinhas meus (também conhecidos como amigos sinceros xD ) me chamaram para ir. Eu fui, né, pela amizade, não estava muito a fim de ir, mas gosto de sair com a galera. Coisas sempre acontecem quando esse povo se reúne para sair. Então, foi essa ida minha a esse lugar que me inspirou a escrever uma breve crônica (fictícia, claro) sobre um cara que vai até essa porcaria pensando que vai ser bom. Pros que gostam de ler, apreciem com moderação. Para os que não gostam, apreciem a imagem.



Rock na Chibata



Hoje, eu não estava com a menor vontade de sair. Sem grana, sem ânimo, assistindo filme decadentemente na TV, sabe, aquelas coisas que gente morgada faz. Só que aí liga um amigo me chamando para ir para um tal de Rock na Rua que estava rolando desde o dia anterior lá pela Ribeira e disse também que a gente ia biritar lá na casa dele antes de ir para a festa, porque a bebida lá na hora era muito cara. Beleza, eu fui. Fiquei das quatro horas até seis e meia bebendo rum com o amigo que me chamou para sair e outro amigo meu, depois disso a gente pegou o buzão e partimos para a ribeira; bem, meus problemas começaram aí.



Na parada de ônibus nós conhecemos uma simpática garçonete de um restaurante das redondezas que tinha um incrível apetite por álcool. Sem meias palavras ela já tinha virado nossa "amiga" e estava nos acompanhando no rum. Era incrível como a senhorita de uns trinta e poucos anos biritava com tamanha vontade; teve uma hora que eu me assustei quando eu tinha acabado de entregar um copo cheio de rum com Schin-cola (sim, o dinheiro só deu pra comprar isso daí) e num piscar de olhos ela já estava com a mão estendida para mim pedindo outra dose. Só sei que pegamos o mesmo ônibus e a danada nos acompanhou. Ela foi bebendo e falando coisas estranhas como "Menino do copo, é muito perigoso andar por aí uma hora dessas, você não quer passar a noite lá em casa, não? É pertinho!". Bem, se não fosse sua cara de javali e seu cheiro de coalhada, até que eu ia na senhora né, mas num rola não, cumade, deixa pra próxima vida. Ela desceu antes de nós e foi embora.



Do nada me dá uma vontade devastadora de mijar. Sim, mijar, e num era uma daquelas mijadinhas qualquer não, era daquelas que até o satanás da capa preta pede licença para ir ao banheiro. Duas horas e meia bebendo direto sem ir uma vez ao troninho fazer xixi. Ah! Esqueci de dizer que a casa do meu amigo que eu estava biritando era em Ponta Negra, do lado do Shopping do Artesanato e a gente não estava nem perto do meio do caminho. Lá fui eu prender o mijo com todas as minhas forças. Comecei só prendendo mesmo; depois, já estava com uma mão me segurando; em seguida, a mão que servia pra segurar o copo já não estava mais segurando o copo, e sim meu pinto. A dor era grande e a ansiedade também. Eu estava cego, me concentrando apenas em segurar meu mijo. De vez em quando eu perguntava "Ícaro, estamos perto?" e ele "Haha! Jamorreu caba, vai demorar viu!". Quando ele percebeu que eu não estava de brincadeira e não falava mais ele ficava tentando me confortar mentindo "Ói, Jamorreu, tá bem pertim, só falta passar aqui da Rio Branco e descer a ladeira aqui que a gente desce". Quando eu já estava sentindo minha bexiga estourar nós puxamos a cordinha e fomos descendo. Parei no primeiro beco que tinha na minha frente e fui mijar! Mas, numa velocidade que colocaria Flash no chinelo, um policial pega no meu ombro (não me pergunte de onde ele veio) e diz "Ei meu amigo, você tá fazendo o que aí, malandro?!" com todas as brutalidades dos universos (ahuahuahuahuahuahauha). Eu simplesmente disse "Estou mijando, seu guarda" e ele retrucou "Pois vá mijar em outro canto, cabra safado!". PORRA, eu estava passando mal e aquele filho da puta veio atrapalhar meu momento de felicidade! Esperei, quase desmaiando, o guarda ir embora e voltei para mijar no mesmo canto só para causar a dixcórdia!



Chegando lá na festa, vi alguns amigos, cumprimentei-os e entrei; a senha era quatro contos, mas mesmo assim paguei, pois eu achava que ia ser legal, não é. Uma porra! Já começou ruim porque o cara que tava vendendo as entradas era charlatão e queria me roubar cinco conto. Eu dei uma nota de vinte ao fresco e ele me veio com uma nota de dez e outra de dois, eu disse "Amigo, você me deu o troco errado, eu te dei uma nota de vinte" e ele "Não, mermão, está tudo certo aí" e eu "É, senhor, não está não. Eu te dei uma nota de vinte e quero meus seis reais de troco" e ele "Rapaz, você vai teimar?" e eu "BICHO, você é tapado? Se eu te desse qualquer nota, concerteza ela não teria esse troco. Por favor, me entregue a grana!". Certo, depois dessa eu entrei com meu dinheiro no bolso. Correto.



As bandas eram uma bosta. Todas com músicas ruins e sem força. Mesmísse emo de sempre. Sinto muito pelos organizadores, que tenho certeza que se dedicaram para organizar, mas estavam muito ruins. Tomara que eles não considerem que esse tipo de coisa é um avanço para a cultura da cidade. Eu já estava meio chumbado por causa da birita, não tinha nada o que fazer, a não ser olhar para aquela ruma de doido tocando uma coisa bem ruinzinha, então fui pogar com a galera que estava lá na frente para lembrar os bons momentos das festas de rock lá de Caicó que eu ia e tocava, as vezes. É, quando percebi já era tarde; só tinha moleque pogando. Que merda. Saí e fui comprar uma cerveja. O preço estava na medida certa, nem tão caro, nem tão barato, normal para uma festa; dois reais. Quando estava voltando vi algumas garotas na frente do palco olhando para a banda com cara de peixe morto. Então fui até uma delas e perguntei "Você está entendendo algo do que ele está dizendo?" (o som estava um pouco ruim e eu não conseguia entender o que os vocalistas diziam, mas era o suficiente para saber que não era legal) aí ela olhou pra mim com uma cara que só o pessoal do bloco Nonsense conhece (que seria mais ou menos uma mescla de quando alguém cheira queijo estragado com uma cara de espanto... mais ou menos isso) e disse "Estou... rum!" e virou a cara. Tinha outras garotas do lado e eu fui perguntar a elas a mesma coisa e dizer que a amiga delas era uma chata... fizeram a mesma coisa. Aí eu achei estranho, pois não entendia porque elas gostavam daquele troço que não dá nem pra entender, por menor que seja, alguma melodia ou rítmo a não ser a choradeira emo. Tinha que descobrir. Então perguntei a todas "Ei, você são o que? As tietes desses caras?" e elas disseram "Não! Alôô! Somos as namoradas" e eu "Ah! Tietes!" daí ficaram olhando para mim com aquela cara que eu mencionei no início, só que todas ao mesmo tempo; daí eu fui embora.



Parado, de pé, ao lado de uma mesa eu fiquei sacando um outra banda que estava rolando. Daí chega uma menina de uns 14 ou 15 anos e sente na mesa e diz o quanto o som está ruim. Nessa hora eu fiquei feliz, porque fazia um tempão que nenhuma garota me dava bola. Mas ela era nova demais. De qualquer forma, tinha alguém para conversar não é mesmo? Depois eu olhei para ela e disse "Pode crer. Mas acho que nem com o som bom essa banda impressiona alguém. Caramba até Los Hermanos é melhor que isso!" foi aí que eu percebi que sou uma pessoa melhor de boca calada, apesar de estar certo. A menina simplesmente fez a cara que tanto falei antes e sai de perto de mim. Eu disse para mim mesmo "Ô!".



No final da festa eu já estava embriagado e a mulher que estava vendendo as senhas para comprar cerveja tenho certeza que tinha superfaturado o preço de um que me deixou liso. Agora não tinha mais como voltar para casa. O negoço era pedir dinheiro emprestado aos meus amigos e esperar amanhecer. Com o dinheiro já na carteira, a gente foi indo embora. Lá na saída vem um cara todo esfarrapado perto de mim e diz "Eu mermão, me dê um dinheirim aí pra eu ter o que comer amanhã de manhã" e eu, com toda a boa vontade, tirei minha carteira e fui procura para ver se tinha alguma moeda; para que? O cara agarrou minha carteira, foi embora correndo e antes de sair ainda disse "Se fudeu, playboy!".



Isso é uma merda mesmo. O cara vai para uma porra de uma festa dessas, é assediado por uma dona mais sebosa que a virílha de um gordo suado num restaurante fast food, atura um monte de gente besta que leva a música emo mais a sério que a cura para o câncer, os vendedores ou são cegos ou sacaneiam mesmo o pessoal e ainda é assaltado por um zé ruela safado. O pior é que tem polícia para não deixar o malandrão aqui mijar na rua porque está passando mal, mas não tem para prender o cidadão de bem que roubou minha carteira. Sabe de uma coisa? Vou Tocar baixo numa banda de swingueira, acho que o pessoal é mais light.